O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, disse hoje acreditar que o país “vai entrar na moda” e atrair investimento estrangeiro, referiu ao fazer o balanço de um ano de Governo.
“A Guiné-Bissau irá definitivamente entrar na moda e vai ser o grande destino dos investimentos estrangeiros nesta região africana, mas, para isso, precisamos de nos concentrar no essencial e não permitir qualquer tipo de distracção”, referiu, ao intervir numa conferência pública para fazer o balanço da governação, no dia em que o Executivo comemorou o primeiro aniversário.
A crítica à acção governativa “é bem-vinda”, mas deve “acautelar a unidade, a coesão nacional”, sublinhou.
As declarações do primeiro-ministro surgem depois de semanas de tensão política com o Presidente da República, José Mário Vaz.
O chefe de Estado foi ao Parlamento na sexta-feira para dirigir um discurso à nação em que desmentiu a possibilidade de demitir o Governo, prometendo apoiá-lo e defender a estabilidade no país – mas ao mesmo tempo deixando no ar a ideia de que prefere ver feita uma remodelação governamental.
Apesar das divergências, tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro apontaram para o diálogo e estabilidade como caminho a seguir.
Hoje, no auditório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), em Bissau, Domingos Simões Pereira elencou metas alcançadas pelo Executivo e respondeu a perguntas.
O primeiro-ministro disse acreditar que o país conseguirá recuperar do atraso “pronunciado” no desenvolvimento, em comparação com as nações vizinhas.
Depois de ter conseguido regularizar o abastecimento de água e energia à capital, o Governo já iluminou 28 localidades e espera chegar a outras 50 no interior do país até Dezembro.
“Até final do ano, todas as sedes de região vão ser abastecidas com electricidade e água”, sublinhou o primeiro-ministro.
Por sua vez, duas das regiões mais isoladas do país, Quinara e Tombali (sul), deverão beneficiar de electricidade, graças a uma central térmica cuja instalação está prevista para terrenos entre as cidades de Buba e Cátio.
O primeiro-ministro anunciou ainda que está concluído o processo que vai levar à desmobilização dos primeiros 500 efectivos das Forças Armadas, no âmbito da reforma do sector da Defesa – considerada prioritária dado o historial de instabilidade militar no país.
Segundo explicou Domingos Simões Pereira, está concluído “todo o processo legal, mas também a sensibilização para preparar esses efectivos” para a aposentação.
Na área das comunicações, o Governo já concluiu a pré-selecção de empresas para o concurso de fornecimento de três barcos de transporte público para as ilhas, que actualmente são servidas por embarcações bastante deterioradas.
Domingos Simões Pereira anunciou ainda o avanço no processo de criação da companhia área nacional, com a chegada ao país de uma inspecção ligada ao processo de recrutamento de pessoal.
Está também garantido o apoio financeiro do Banco Mundial para as infra-estruturas destinadas a ligar a Guiné-Bissau directamente aos cabos submarinos atlânticos de telecomunicações que vão permitir melhorar o fornecimento de Internet ao país.